Cara o quê esperar de uma banda com ex-membros de grupos como Distraught, Grosseria ou Vômitos e Náuseas?

Crossover, Thrash, Death?

Nada disso meus amigos, os caras se consideram Heavy Metal mais próximo do Tradicional, mas, aqui eu vou discordar e muito com meus colegas de imprensa. Existe uma coisa muito chata nesse meio que considero como uma troca de favores, no final o redator/jornalista/crítico musical recebe a bolachinnha, dá uma leve escutada e começa a tecer elogios apenas por ter recebido o CD de uma banda, aqui nós não fazemos isso e sim ouvimos mesmo, acho mais construtivo elogiar sim, mas, também dar leves toques da real para que a banda cresça aparando as arestas, melhorando sua parte musical e sim colecionando mais fãs.

Mas, vamos lá… Essa é uma visão minha…

O ‘Axes Connection’ na minha humilde opinião, têm elementos do Heavy Tradicional, mas, há interferências propositais ou não, conscientes ou não de bandas como The Cult (têm um “Quê” de Post Punk), Soundgarden (início de carreira), The Doors (pelas intervenções mais psicodélicas), Megadeth (pela parte mais pesada propriamente dita), não é como você ouvir um Iron Maiden e saber oquê esperar, pois, mesmo que seja bom, você já conhece a fórmula…

O som não se pode considerar apenas Heavy Metal Tradicional, existe um leque de opções misturadas a uma ótima cozinha, uma guitarra pesada e solos cortantes, um vocalista versátil e que eu acho que os pontos altos são as partes contidas, mais graves, não que os agudos não sejam bons já que há vários pontos altos, mas, os 2 pontos mencionados são um diferencial que chamam a atenção (só para citar, alguém aí se lembra quando o Chris Barnes começou com o Six Feet Under com “Haunted”?… era pesado e totalmente diferente do quê fazia, com um vocal gutural mais contido e perturbador, que fez o álbum estourar… Estilos diferentes, mas, o processo…).

Aqui existe uma curiosidade, a banda era um projeto nos anos 90… Talvez aí estejam as citações de bandas acima, pois, nessa época estavam em alta, era um projeto com o irmão de Marcos o Vitor, que infelizmente veio a falecer um mês após retomarem com a banda em 2013, isso fez com que o projeto tomasse uma proporção ainda maior, acabou se tornando o combustível para continuar e chegar até o lançamento de “A Glimpse Of Illumination”.

São 10 faixas que mostram uma personalidade marcante dos músicos em cada acorde, em cada mudança de andamento.

Eu costumo ouvir várias vezes para encontrar referências, algo meio fora do usual, detalhes… E a banda surpreende pelo conjunto da obra.

Minhas faixas preferidas são “The Meaning Of Evil” e “Rearrage Yourself” (que tem pitadas do estilão Soundgarden), “Use The Reason” (com seu jeitão Megadeth de ser, mas, não uma cópia), “The Gates” essa com as variações vocais de Márcio (onde a parte grave citada antes se destaca) e a bateria bem evidente é sensacional, “A Glimpse Of Illumination” dá para saber porquê foi escolhida como a faixa título, aquele solo do início e os riffs são certeiros, “Journey To Forever” vai do Metal ao Post Punk passeando pela Psicodelia,  e cara o quê é aquela viagem do teclado no final? É muito bom!!!

E pra fechar ainda de quebra por volta dos 5:10 minutos da última faixa, tem um cover do The Cult de “She Sells Sanctuary” que mostra a verve além do Metal Tradicional… É muito bom ver e ouvir bandas que pensam fora da caixa!!!

Irmãos Machado, tenham certeza que o Vitor onde quer que esteja, deve estar orgulhoso do trabalho que fizeram…

Um trabalho bem acima da média, que com o passar do tempo com certeza você irá ouvir e muito falar do Axes Connection!!!

Abaixo você ouve o novo Single de trabalho “Use The Reason”:

Integrantes:

Vocal – Márcio Machado
Guitarra – Marcos Machado
Baixo – Magoo Wise
Bateria – Cristiano Hulk

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