Quando os cariocas do As Dramatic Homage lançaram o single “Consternation” em 2018 eu sentia que ali a evolução da banda estava concretizada, devido toda a beleza da música, com aquele som Avantgarde e o belo trabalho vocal com vários direcionamentos…
Agora a banda nos presenteia com uma obra ímpar, chamada “Praxis” e que contém uma bela intro chamada “ISRS” (Inibidor seletivo de recaptação de serotonina), que é uma classe de fármacos usados no tratamento de síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns tipos de transtornos de personalidade. É um tema instrumental que expressa o momento em que o “eu” se depara disperso e pensativo de sua condição e sensação perante seu diagnóstico. É como se você se visse de fora pra dentro, e cada dedilhado fosse uma percepção do seu estado e se sentisse inerte a tudo…
Já a faixa título do single “Praxis” pra quem conhece a banda e ouviu “Consternation”, imaginaria que viria uma porrada recheada de riffs ganchudos e variações vocais como de costume da banda, mas o que se ouve aqui é uma viagem acústica sensacional, cheias de nuances e um clima soturno, mas que ao mesmo tempo traz esperança, a esperança de algo novo de uma nova visão de mundo após se aprofundar no mais tenebroso buraco negro, a nossa própria essência. “Praxis” é retornar a vida com o conhecimento do bem e do mal e saber usá-lo da melhor forma.
As ambientações de “Praxis” lembram algo em torno do folclore oriental, parecendo mais um mantra, a As Dramatic Homage não precisou de guitarras pesadas e cortantes para mostrar algo brutal, simplesmente focou nas emoções humanas e nos deu esse presente que une melancolia e esperança ao mesmo tempo. Parece contraditório, mas é a nossa essência e a busca pelo autoconhecimento, mesmo o tempo sendo considerado herói e vilão ao passo em que nos descobrimos…
A arte da capa novamente foi elaborada pelo renomado designer Gustavo Sazes. A interpretação em tons e imagens sugerem um universo denso, as flores simbolizam o que existe de bom em nossa essência e traz a ideia de diferentes representações de si mesmo espalhadas nesse ambiente porém a figura central e desolada (o eu) almeja abandonar aquele universo e observa ao alto a única possibilidade naquele intervalo de espaço e tempo, que seria o “agora”. Reconhecendo que além dos pensamentos de abandono é necessário ter intenção e ações de conquistas para mudanças significativas, apesar de tudo…
Aprecia toda a beleza e ousadia dessa viagem chamada “Praxis”:
Integrantes:
Alexandre Pontes: Vocais, Violões e Programação
Leonardo Silva: Teclado
Pedro Ramos: Violão
Acessem:
https://www.facebook.com/AsDramaticHomage/
https://www.instagram.com/asdramatichomage/
http://asdramatichomage.blogspot.com/
2010 - 2024 | RUMORS MAG © ALL RIGHTS RESERVED.