E o Matakabra de Recife-PE não pára e usa de uma artimanha interessante, ao invés de lançar um álbum completo e o seu público ficar esperando por um novo material por muito tempo, para aguçar ainda mais seus fãs, os caras soltaram mais um ótimo trabalho o EP “Marginal”, o sucessor de Prole (EP de 2016).
A evolução dos pernambucanos é evidente, se o seu Metalcore com pitadas de Black e Death Metal já chamava à atenção no EP anterior, agora com “Marginal” o caldo realmente engrossou, a afinação grave, os vocais guturais e a bateria marcante se desenrolam com intervenções de teclados e percussão, se aprofundando ainda mais no peso e na brasilidade da banda.
3 faixas que são capazes de estremecer as bases do nosso Underground:
1ª faixa “Ogum (Intro)” – Ogum é uma introdução, uma carta de intenção. Orixá da guerra, coragem e proteção representa a vontade de produzir o Marginal enquanto ato de resistência, e aqui começa a busca pelas origens, enquanto os nórdicos exaltam os vikings, temos aqui uma banda pernambucana preocupada com suas raízes e isso faz toda a diferença e o começo com o som de berimbau já mostra toda sua intenção.
2ª faixa “No Açoite” – Mostra a vida cruel dos escravos e todas as dores de ser massacrado somente por sua origem, por sua cor. É um tapa na cara da hipocrisia que ainda insiste em assolar o país, só essa frase já caracteriza isso “De baixo do sol quente, massacrado sempre foi”, as reflexões da banda sobre o assunto são bem pertinentes e a música é densa, pesada, arrastada e com boas variações de andamento.
3ª faixa “Mordaça” – Começa com uma introdução de teclado, um solo de guitarra e você pensa… Parece ser uma música mais calma, mas, logo explode em peso e raiva pela forma como o negro é excluído, humilhado e esquecido, sem oportunidades, vivendo às margens de algo chamado “sociedade”. Essa faixa de trabalho é muito interessante, pois, além do já citado Metalcore, Black e Death Metal, os caras se enveredam e com propriedade no meio de uma cultura alicerçada por negros o Rap e o Hip Hop, e ficou bom pra caralho!!! A capacidade da banda de unir estilos e demonstrar seu interesse por causas nobres como a igualdade de condições, já valem o interesse pelo EP, e o som… É uma paulada na sua orelha!!! O Instrumental lembra muito o som Djent do Meshuggah…
E de Ep em EP o Matakabra vai alicerçando seu trabalho e ganhando mais espaço, esse redator que vos fala já é um fã incondicional!!!
Só a bela capa do EP “Marginal” já mostra o quanto o som é quente…
Veja o vídeo de “Mordaça”:
Ouça o EP “Marginal na íntegra:
Integrantes:
Rodrigo Costa – Vocal
Fernando Marques – Guitarra
Rafael Coutinho – Baixo
Theo Espindola – Bateria
Participação:
Bruno Saraiva – Teclados
Professor Jeison Silva – Percussões
Acessem:
https://www.facebook.com/matakabra/
https://matakabra.bandcamp.com/releases
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